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sábado, 12 de novembro de 2011

O Brasil nos deve!

Por Ana Júlia Carepa* na Carta Capital

Abundância de recursos naturais e pobreza extrema são a equação que define a Amazônia. Particularmente no Pará, maior província mineral do planeta, transformar riqueza em qualidade de vida é o desafio aos que se propõem a resolver essa questão.

Abundância de recursos naturais e pobreza 
extrema são a equação que define a Amazônia

Os militares nos impuseram a vocação de exportadores de matéria-prima de baixo valor agregado, o que transforma nossa riqueza em empregos lá fora e reproduz a miséria aqui.

Os tucanos criaram a Lei Kandir, que institucionaliza o calote nos impostos pela exportação de produtos primários. Isso torna o Pará um dos primeiros a assegurar saldo positivo da balança comercial brasileira, mas é o um dos últimos Estados em volume de arrecadação do ICMS.

A compensação pelas perdas da lei Kandir é insuficiente e falha. O Pará deve ICMS a empresas que recolhem sobre insumos para exportações, e nada é cobrado sobre o que é exportado. A perda acumulada é de R$ 21,5 bilhões entre 1997 e 2010, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa).

É preciso fazer a reforma tributária, mas o que pode alterar de fato nossa dependência é criar alternativas para transformar os recursos naturais e agregar valor no próprio estado, e com isso criar empregos, gerar renda e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

É nesse contexto que surge a siderúrgica da Vale no sudeste do Pará, a Alpa, fruto da nossa vontade política e do apoio decisivo dos, à época, presidente Lula e minustra Dilma Rousseff.

A ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa. Foto: Agência Brasil

A Alpa surge ligada à resolução de problemas estruturais no vale do Araguaia-Tocantins, entre os quais as Eclusas de Tucuruí, que restabelecem a navegabilidade do Rio Tocantins e criam condições para a hidrovia Araguaia-Tocantins; derrocagem dos pedrais e dragagem para a hidrovia; ampliação do Porto de Vila do Conde em Barcarena; e construção do Porto Público de Marabá, disponível a dezenas de outras indústrias previstas para a região, já que a Alpa terá seu próprio porto.

Com o Distrito Industrial de Marabá revitalizado e ampliado, não foi difícil convencer os executivos da Vale e da Aço Cearense, proprietária da Sinobrás, que já produz vergalhões de aço em Marabá, a implantar lá a indústria Aline, de bobinas de aço a frio e a quente e aço galvanizado, substituindo importações da Índia, gerando emprego e garantindo recursos para saúde, educação.

As obras de infraestrutura que já existem e estão sendo construídas são essenciais para viabilizar o polo industrial da região sul-sudeste do Pará, em Marabá. Por isso todas as lideranças do estado, inclusive a autora deste texto que já pediu audiência no Ministério do Planejamento, se mobilizam para que a obra da Hidrovia Araguaia/Tocantins seja retomada.

Obras nas eclusas de Tucuruí. Foto: Eletronorte

O Governo Federal já inaugurou as Eclusas de Tucuruí, ampliará os portos de Vila do Conde e de Marabá e não terá dificuldades em propor um arranjo institucional, dentro ou fora do PAC, para viabilizar a hidrovia como obra complementar às eclusas e aos portos de Marabá e de Barcarena, tornando-as úteis de fato para o desenvolvimento da região amazônica.

A hidrovia do Araguaia- Tocantins é o caminho natural para viabilizar a ZPE de Barcarena, que industrializará diversos minerais, em especial o cobre, além de assegurar a ampliação da cadeia do alumínio. A ZPE de Barcarena foi uma conquista que teve forte oposição de José Serra, o mesmo que incluiu na Constituição a taxação da energia elétrica no consumo e não na geração.

O Brasil deve à Amazônia! Essas obras estratégicas de infraestrutura amortizam apenas uma pequena parte do débito, embora o lucro para o País seja imenso. A luta pela hidrovia do Araguaia-Tocantins é, portanto, de todos os brasileiros.

Ana Júlia Carepa é arquiteta e bancária. Já exerceu mandatos de vereadora, vice-prefeita e secretária municipal de Belém, deputada federal, senadora e governadora do Pará (2007 a 2010)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A crise na OAB e a corrupção no Pará



Os veículos de comunicação de Jáder Barbalho marcaram em cima, estavam ansiosos, pareciam saber antecipadamente do resultado e não demoraram em dar a notícia, e mesmo os mais crédulos, duvidavam da permanência de Jarbas Vasconcelos à frente da presidência da OAB-PA, depois do bombardeio promovido pelo sistema de comunicação do poderoso "coronel" paraense.

Seus jornalistas, invariavelmente fizeram uma campanha diária, sangraram lentamente a imagem do homem que ousou conduzir a histórica e combativa entidade para o enfrentamento dos sérios problemas, entre eles, a corrupção, o tráfico de influência e o nepotismo generalizado que atinge os poderes executivo, legislativo e judiciário no Pará.

A sentença do Conselho Nacional da Ordem não é isenta de influências políticas, claro que não! Mas, Jarbas perdeu tempo em defender-se, subestimou o poder de fogo dos inimigos que já tinha antes da campanha que venceu para presidência da OAB-PA e os demais que arrumou no caminho. Criou uma defesa técnica, extremamente voltada para sua defesa no interior da entidade. Deixou de dialogar com a sociedade, recuou na ofensiva que estava fazendo contra os corruptos e acabou se fechando num otimismo demasiado, por achar que os indícios levantados por seus algozes, seriam insuficientes para tirar-lhe do poder.
Enfim, foi pra uma guerra de mísseis, com uma baladeira.

Deu no que deu e agora ficará 06 meses afastado do cargo de presidente da seccional da OAB-Pará. Mas nada confirma a ventilada hipótese de perda da carteirinha e das prerrogativas de advogado da Ordem dos Adgvogado do Brasil, no entanto, o desgaste é sem dúvida amargo e abrirá fendas na história da entidade, que nunca foi de fato às ruas lutar por ética e nem tampouco havia tido intervenção parecida.

Como reflexo da queda de Jarbas, ficarão muitas lições, assim como ficaram para o PT depois da derrota nas eleições 2010. Mas será que a lição será assimilada?
Qual a lição? 

Jamais manter raposas próximas e/ou cuidando do galinheiro!

Não preciso refrescar a memória dos nobres leitores do BelémDebates. Todos sabem o quanto a ex-governadora Ana Júlia e o PT foram enganados pela maioria dos aliados que compôs a gestão e sua campanha de reeleição. 

Deputados, prefeitos, presidentes de partidos e lideranças de um monte de partidos fisiologistas visitavam o comitê de campanha  petista e alguns palanques, ao lado da governadora, durante o 1º e 2º turno das eleições 2012 só pra fazer "capa", quando na verdade estavam com os dois pés na campanha tucana, onde orientavam ou deixavam de orientar o voto de acordo com seus interesses.

Na OAB-PA, a lição foi ignorada pelo tom "ingênuo" e conciliador, marcante na chegada da nova safra de advogados emergentes, os quais inacreditavelmente contrataram a agência de publicidade de ninguém mais, ninguém menos, que Orly Bezerra, o marketeiro oficial do PSDB, que junto com o PMDB, foram os dois principais partidos interessados em retaliar as ousadias da nova gestão, entre as quais organizou a "Marcha contra a Corrupção", inaugurando assim, o fim dos dias de paz de Jarbas à frente da presidência da OAB-PA.

Não era necessário ser advogado, nem tampouco ligado à ordem para perceber que a sangria da gestão de Jarbas Vasconcelos estava decretada. Não faltaram avisos.

Ou estava mal assessorado (desculpa usual) ou ignorava o que se passava ao seu redor, crime hoje tido como hediondo no pragmatismo da política brasileira. 

Não foi difícil perceber os movimentos e consequentes golpes desferidos através de notinhas no jornais, blogs e redes sociais, os quais foram formando a "opinião pública" e gerando o climax do gozo sacramentado no início desta semana.

Finalizo essa postagem com a vontade de perguntar ao nobre e corajoso Jarbas Vasconcelos: Porque foste fazer campanha contra o Nepotismo, mexendo inclusive com familiares do governador Simão Jatene e o intocável poder judiciário, levando-o de forma negativa ao noticiário nacional, tão logo depois da histórica "Caminhada Contra a Corrupção", acuar o dono do Diário do Pará, e logo depois desmentir O Liberal, lutar contra tudo e contra todos e no meio da batalha foste fazer mea-culpa no castelo dos teus inimigos e deixaste tua comunicação (O elmo Espartano da modernidade) aos cuidados de um "parceiro" como o Orly?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cantoria, bagres e governo.

Quando não está participando de cantorias, que eu acho muito legal, o governador não dispensa a vara e o anzol, sai fisgando cada bagre...
Naquela crise da Santa Casa (a morte dos gêmeos), ele teve que interromper a sua pescaria para demitir a diretora da Santa Casa e fazer vista grossa para a diretora do Hospital Gaspar Viana (apadrinhada do Jáder).
Afinal, quem é o governador do Estado do Pará? Simão Jatene ou Jáder Barbalho???