Morrem gêmeos após portão fechado.
A história se repete...
BELÉMDEBATES traz à tona uma questão que se arrasta ao longo das várias administrações governamentais do Estado do Pará.
Ontem uma mulher grávida de gêmeos, sete meses de gestação, não conseguiu internação na Santa Casa de Misericórdia, a explicação dada era que não havia leitos.
Desespero do casal, as fortes contrações, o casal buscou atendimento na Santa Casa, portão fechado, marido e mulher pegaram o táxi e correram para o Hospital das Clínicas, portão fechado...
Raimundo Cícero(foto acima) e Vanessa do Socorro desesperados, na calçada do Hospital Gaspar Viana, acionaram o serviço de resgate dos Bombeiros.
Os bombeiros socorreram o casal que foi levado para a Santa Casa novamente.
O martírio do casal teve um desfecho kafkaniano, o portão da Santa Casa não se abriu, a esperança se esvaiu em sangue, os gêmeos morreram sem clemência...
Os bombeiros fizeram o parto da primeira criança que nasceu morta, aí o portão da Santa Casa se abriu, internaram a Vanessa, mas já era tarde, o segundo gêmeo estava morto.
O soldado bombeiro Francisco César, muito emocionado, deu voz de prisão à médica ginecologista obstetra Cynthia Lins por omissão de socorro e a conduziu até à Seccional Urbana do Comércio.
Vanessa e Raimundo em sofrimento perene, os gêmeos mortos...
O governador do Estado Simão Jatene exonerou a presidente da Fundação Santa Casa, Maria do Carmo Lobato, e a chefe do setor de Tocoginecologia do hospital, Florentina Balby, logo que tomou conhecimento da morte dos dois bebês prematuros provocada pela falta de atendimento naquela casa de saúde.
Vamos repercutir além do que foi noticiado, até o Jornal Nacional da Rede Globo fez reportagem especial.
Pimenta é refresco nos olhos dos outros
Na administração da Ana Júlia, os tucanos criticaram muito o atendimento médico que era dado na Santa Casa de Misericórdia, os meios de comunicação aliados à oposição do governo petista, pautaram bastante a questão da saúde.
A saúde no atual governo tucano não mudou nada...
O governador Simão Jatene traz uma pecha que lhe foi imposta pelo seu criador o ex-governador Almir Gabriel: preguiçoso!
A maldição rogada por Almir Gabriel: - Com o Jatene 4 anos de retrocesso.
Ô maldição desgraçada!
Dedo na ferida
A questão da saúde no Pará passa inevitavelmente pela gestão.
Tem razão o diretor do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), Dr. Wilson Machado, quando critica o enfoque dado sobre a morte dos gêmeos. “É preciso ter consciência que o principal culpado desse triste episódio é o sistema de saúde pública. Os médicos não podem ser responsabilizados pela falta de leitos e a estrutura precária dos hospitais”, acentuou o médico sindicalista.
Tem razão o Dr. Wilson Machado, mas não toda razão, ainda que o sistema não preste, esteja podre...
Faltou solidariedade da médica e das demais pessoas da Santa Casa.
Vanessa fazia o pré-natal na Santa Casa, não era uma pessoa desconhecida da instituição, tinha acompanhamento médico por ser portadora de uma doença (Lúpus) que colocava em risco a gestação e a vida da gestante.
Desculpe-me dôtor Wilson, mas solidariedade não faz mal pra ninguém, reconforta saber que um ser humano estende a mão para outro ser humano e ajuda.
Politicamente não havia outra saída para o governador Simão Jatene, senão demitir a cúpula da Santa Casa, agiu rápido e preciso, respondeu imediatamente à opinião pública, a justificativa para a exoneração da presidente da Santa Casa não foi técnica e sim política.
A decisão de Jatene não soluciona a questão da saúde no Estado do Pará.
Para encerrar, como é doloroso ver o pai dos gêmeos, sozinho entre lágrimas sepultando os “anjinhos”...
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