Li essa entrevista no La Nacion da Argentina, já faz algum tempo, mas penso que o texto e os argumentos continuam atuais, a tradução fiz de maneira livre.
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Por Luisa Corradini | LA NACION
PARIS – O filósofo francês Clément Rosset é um dos céticos mais brilhantes de sua geração. Em 30 anos de reflexão e 15 livros publicados, este pensador fora de série, insólito e insolente, não há deixado de repetir que “rechaçar a realidade se constitui no pior dos perigos”. E nesses casos, o homem constrói mundos imaginários e crê em fantasmas e fantasias buscando se esquivar da tragédia universal: a existência e a história.
“Rechaçar a realidade da origem a ilusões de todo tipo: futuros luminosos e apocalipses redentores”, afirmou a LA NACION em sua casa de Paris, localizada a poucos metros de “La Closerie des Lilas”, um dos bares preferidos de Ernest Hemingway.
Como fizeram antes outros célebres céticos – Montaigne, Spinoza e Schopenhauer –, Rosset recorda que a realidade não tem “foras”; que ninguém pode ser salvo pelo além; que a realidade é o que é – nem dupla, nem bonita, nem feia – e não é nada. Nascido no nordeste da França em 1939, ex-aluno da prestigiosa Escola Normal Superior de Paris, doutor em filosofia, professor da Universidade de Niza, Rosset antecipou a sua aposentadoria para se dedicar a escrita. Com uma linguagem clara e concisa, com humor e imaginação, cada um de seus livros é uma defesa, uma ilustração da tautologia, esse enunciado que afirma unicamente que "A é A" e que muitos consideram um pensamento sem sentido. Clément Rosset considera, pelo contrário, que essa constatação repetitiva é o núcleo da filosofia. Discípulo admirativo do grego Heráclito (572-448 a.C.), Rosset trata de seguir ao pé da letra a máxima do grande pré-socrático: "Você tem a dizer e pensar o que é, porque o que existe, existe. O que não existe, não existe”.
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