Ainda
em 2012, este blog fez uma análise do cenário político e como o PT paraense
estará em 2013, em preparação ao ano eleitoral de 2014, quando o partido será
novamente testado nas urnas e espera ter um resultado positivo, já que Ana
Júlia não conseguiu a reeleição em 2010, perdendo a eleição pra Simão Jatene
(PSDB) e Paulo Rocha deixou de ocupar um das duas vagas do senado em disputa
naquela ocasião, hoje ocupadas por Jader Barbalho (PMDB) e Flexa Ribeiro
(PSDB).
Com
a engenharia interna ainda sendo alicerçada, o Partido dos Trabalhadores
comemora a vitória dos 14 prefeitos eleitos e dos 09 reeleitos,
tornando-se o terceiro partido que mais teve votos nas chapas majoritárias que
disputou no Pará.
Ao todo,
foram 517.665 votos registrados para candidatos a prefeito (a) em todo o
estado. Em relação ao número de votos para vereadores (as), o Partido ocupou o
mesmo lugar no ranking e com 360.675 votos, foi a terceira legenda que mais
elegeu parlamentares no Pará.
PSDB e
PMDB: As pedras no caminho?
O PSDB
além de governar livre, leve e solto, ainda goza de uma forte base aliada tanto
nas prefeituras, como no parlamento estadual e tende a continuar influenciando
a presidência da ALEPA através de Márcio Miranda (DEM), indicado pelo
governador Simão Jatene para a futura presidência da casa, até hoje sem resultado
prático de todas as investigações do Ministério Público, que lá descobriu um
mar de lama, colocando a Assembleia Legislativa Paraense nas páginas dos
jornais locais e nacionais, onde deputados e assessores parlamentares seguem
impunes no tal Pacto pela impunidade no Pará, mote da campanha eleitoral do
governo tucano, bem assimilado pelo PMDB com quem reveza o comando do
legislativo estadual por décadas.
Com a
imprensa local muito bem paga, a primeira metade do segundo governo de Simão
Jatene segue ilesa, mesmo sendo mais medíocre – em termos de resultados – e
escandalosa – em termos de denúncias - do que nos dois primeiros anos de sua
primeira gestão, quando recebeu de Almir Gabriel o bastão e manteve o partido
por longos 12 anos à frente do Estado.
Agora,
usufruindo da falta de oposição dos demais partidos, o PSDB se dá ao luxo de
eleger todos os prefeitos da Região Metropolitana, fazendo da prefeitura de
Belém, a extensão do Palácio dos Despachos, com diversas denúncias abafadas
pela mídia local, com inúmeros casos de nepotismo e dispensa de licitações, que
servem para engordar o caixa dois do partido, tido como o maior em número de
fichas-sujas do país, mas que no Pará controla o judiciário e a impren$a e por
isso não é queimado todo santo dia, como são seus principais adversários.
O PMDB
que no cenário nacional é aliado, no Pará tenta retomar a estratégia que impôs
a derrota à reeleição de Almir Gabriel, mas que logo em seguida foi minada por
erros e desacertos de ambas as partes e fez com que “a vez do PT governar o
Estado” não durasse mais do que quatro anos.
Desta
vez, o PMDB quer ser cabeça na aliança com o PT, lançando como candidato à
governador, o ex-prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, que deixou o cargo
após oito anos de gestão e saiu com uma das maiores rejeições da história
eleitoral do município e mesmo tendo apoiado três candidatos à sua sucessão,
não levou nenhum pro 2º turno das eleições do ano passado, coroando o retorno
de Manoel Pioneiro (PSDB) para a prefeitura do segundo maior colégio eleitoral
do Pará.
O PT Pará
precisa de um Ministro pra voltar a governar o Estado.
Como
todos sabem a tarefa de escolher um candidato no PT não é nada fácil. Primeiro,
pelo acerto entre os cardeais sobre quais serão os nomes que estarão no
processo, depois de qual será o método para convencer a militância ir pras ruas
e tornar o sonho possível.
Ana Júlia
que faz parte da Democracia Socialista (DS), já comunicou ao partido que não
irá se lançar como candidata ao governo, mas não abre mão de ter um mandato e o
mais provável é que seja como deputada federal ou até mesmo como senadora, já
que fez um mandato muito elogiado no Congresso Nacional.
Por sua
vez, Cláudio Puty que se elegeu deputado federal pelo mesmo grupo da
ex-governadora, e com seu total apoio, agora teme que ela venha concorrer na
mesma raia, o que coloca sua reeleição em xeque, caso seja isso mesmo que venha
ocorrer.
Puty faz
um mandato muito bem avaliado no cenário nacional, tendo inclusive se destacado
de forma rápida, o que faz este blog considerá-lo
como um dos melhores parlamentares do Estado do Pará em Brasília, algo
confirmado por sua presença na última lista
dos parlamentares mais influentes no Congresso Nacional, elaborada pelo
Departamento Intersindical de Assossoria Parlamentar (DIAP) e pela última prêmiação do Congresso em Foco.
No
entanto, localmente falando, Cláudio Puty não acumula forças necessárias para uma
eleição sem o apoio de sua madrinha e isso deve ser um imbróglio inglório que a
DS enfrenta para consolidar sua estratégia eleitoral.
Uma saída
para este cenário de disputa interna seria a indicação de Puty como Ministro de Dilma,
algo até natural devido à boa aceitação que o deputado tem em
Brasília e faria justiça ao apoio que Lula e Dilma tiveram e tem no Estado e
até hoje não contemplaram o mesmo com um cargo de destaque no governo federal.
Ao mesmo tempo, Puty sendo ministro ajudaria o PT-PA, a acumular mais possibilidades de retornar ao governo do Estado.
As pedras
e o tabuleiro vermelho.
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Mesmo sem seus mandatos, Paulo e Ana articulam os interesses do Estado em Brasília. |
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O
ex-deputado federal Paulo Rocha ainda é tido por muitos como uma espécie de “Embaixador
do Pará em Brasília”, devido sua capacidade de articular reuniões com
lideranças partidárias, ministros, dirigentes de órgão públicos e empresários,
seja na defesa de interesses do governo federal e do Estado, por causa disso é
tido como um forte nome para a disputa eleitoral de 2014 seja como deputado,
senador ou até mesmo governador, mas mesmo que não lhe digam tête-à-tête, algumas fontes bem
posicionadas, consideram que suas chances de ser governador ou senador do
Estado diminuíram muito pelo fato dele ter se ausentado dos palanques
municipais em Outubro do ano passado, ora por sua própria avaliação de que
assim deveria fazê-lo, ou por não ter sido convidado pelos candidatos petistas
e de partidos aliados.
Ainda
assim e mesmo tendo sido inocentado pelo STF, Paulo Rocha ainda considera que o
resultado de sua renúncia ao mandato, pelo envolvimento no chamado “Mensalão” deve
ser visto com cautela para que seu destino político não sofra outro revés e por
isso busca apoio da cúpula do PT no Planalto e em suas bases, para retomar suas
atividades parlamentares, ou disputar o governo do Estado.
E o deputado
estadual Carlos Bordalo e o deputado federal Beto Faro, ambos dirigentes da
Articulação Socialista que elegeu três prefeitos nas últimas eleições?
E o PT
pra Valer que tem o deputado federal Zé Geraldo, os estaduais Valdir Ganzer,
Airton Faleiro e Bernadete Ten Caten, que juntos tem oito prefeitos, dos vinte
e três que o PT conseguiu eleger em 2012?
Pra essas
perguntas e outras considerações, fica aberta a caixinha de comentários!